quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Hora de uma curiosidade criativa

nO Século XVIII e XIX : Diretório, Império e Regência

A moda do final do século XVIII e começo do século XIX na França, se divide em três períodos: o primeiro, de 1789 a 1799, chamado de Diretório, foi um período de mudança brusca nas vestimentas. O segundo período, de 1800 a 1815, é a época da chamada “modaImpério”, baseada na silhueta neoclássica. De 1815 a 1825, ocorre o período final do Neoclássico, chamado deRegência, cuja moda muda gradualmente para o estilo romântico.

Mesmo antes da Revolução Francesa, havia um interesse por tudo que fosse inglês. Na época, os ingleses gostavam de passar o tempo em suas propriedades rurais e para isso adotaram uma forma simples de se vestir. Essa liberdade inglesa fez surgir na França uma onda de anglomania. A busca pela simplicidade significou o abandono das roupas “da corte”, havendo a adoção das roupas de campo inglesas. Após a Revolução Francesa, todos os trajes que lembrassem o luxo, excesso, riqueza e ostentação visual, tão características da nobreza na Era Rococó, eram agora indesejáveis. Como resultado, a moda sofreu uma transformação radical, com as roupas se simplificando ao extremo e a França, que ditava moda, passando  a se inspirar na moda rural inglesa, na chamada “Volta à Natureza”.

1795 – 1799: Diretório

No início da década de 1790, o traje dos homens – que era bem mais enfeitado do que o das mulheres, começou a perder a decoração superficial como as rendas e cores vivas. Esta mudança foi lenta, mas alterou completamente a roupa masculina que se tornou a partir de então, mais escura. Outras alterações importantes incluem a adoção das calças dos marinheiros e do proletariado urbano da Revolução Francesa, o desaparecimento gradual do uso de perucas e do pó de cabelo.
Durante os anos de Diretório, o ideal de beleza era neoclássico, ou seja, as mulheres procuravam se assemelhar às estátuas gregas da antiguidade clássica.
Houve uma simplificação do traje usado por meninas pré-adolescentes desde a década de 1780, que já não eram obrigados a usar versões em miniatura de trajes de adulto como os panniers.

Na moda feminina, além do abandono dos tecidos pesados, das ancas, dospanniers e dos corsets, a cintura se tornou mais elevada, indo parar logo abaixo do busto. Os vestidos eram longilíneos e fluídos e viriam a ser conhecidos como “vestido império”. Eram finos e transparentes em musselina, cambraia ou morim e iam até os pés, sendo necessário o uso de malhas brancas ou cor de rosa por baixo para disfarçar a transparência.
Havia pouca diferença da roupa para noite e da roupa para o dia, exceto pela qualidade dos tecidos. Nos pés as moças usavam sapatilhas sem salto ao estilo bailarina.
Por conta do tecido dos vestidos serem finos, impossibilitou-se a presença dos bolsos, surgem então, as primeiras bolsas, chamadas de “retícula” (imagem à direita).
Os penteados eram simples, repartidos ao meio, presos e com pequenos cachos. Era considerado elegante enfeitá-los com plumas de avestruz.
No tempo frio, usava-se o spencer, um casaquinho curto até acima da cintura, cortado em cores idênticas às do vestido; o redingote (outro tipo de casaco) também era usado e enfeitado com pele e era em tecidos pesados.


Na moda masculina, com o abandono das roupas “da corte” e a aceitação das roupas de campo inglesas, os bordados desapareceram e as peças passaram a ser em tecido liso. Agora, o corte e a costura eram indicadores de qualidade e não mais a quantidade de enfeites e bordados. O casaco se tornou comprido, botas de formatos diferenciados substituíram os sapatos rococó, os coletes ficaram curtos, os colarinhos eram altos até a nuca, e eram usado com lenços ao redor do pescoço. 
Nas pernas, calções com bolso faca e botas. Os calções até o joelho, fraque em tecido liso, scarpin e a meia de seda branca eram usados apenas à noite. Usavam uma forma primitiva de cartola e cabelos curtos com costeletas.

Era um visual novo e extravagante para a época, os primeiros jovens que adotaram esse look eram chamados de Incroyablese esta era considerada uma moda de subcultura. Já as moças que adotaram o visual feminino  inspirado nas estátuas gregas eram chamadas de Merveilleuses.
A moda masculina extravagante do Diretório teve fim quando Napoleão chegou ao poder, mas a moda feminina se manteve por mais alguns anos.



1804 – 1815: Império

A Moda Império ou Neoclássica foi inspirada na Grécia antiga e teve seu ápice na coroação do Imperador Napoleão em 1804. Exceto nos tempos primitivos, na década de 20 e nos tempos atuais, nunca as mulheres haviam usado tão pouca roupa. Os trajes pareciam ter sido criados para um clima tropical e de fato, a Europa estava passando por uma época de temperaturas mais altas que o normal.
Napoleão Bonaparte foi coroado Imperador em 1804 e fez questão de fazer da França um país líder de moda. Bonaparte estava seguindo uma longa tradição de promover a economia francesa através da moda. Sua esposa, a Imperatriz Josephine era um ícone de estilo e o que usava era copiado pelas mulheres.

Na moda feminina, era usado uma espécie de camisola leve, decotada que ia até os tornozelos com uma saia de formato em “A”, tinha cintura alta (logo abaixo do busto), e pequenas mangas bufantes. As roupas diurnas poderiam ter golas, mangas e nenhum enfeite. Havia também gradações de vestidos como: vestido da tarde, vestido de caminhar, vestido de viajar, etc.

Vestidos brancos eram sinal de statussocial, já que o branco suja facilmente, eles eram usados à noite com enfeites em renda, decotes, um volume extra na parte de trás que podia ser carregado nas mãos e eram usados com luvas longas. As moças usavam cores suaves como rosa, azul ou lilás. Já as senhoras cores mais sérias como roxo, preto, vermelho, azul ou amarelo.



O corset era usado, sem apertar, por uma minoria de mulheres que desejam parecer mais magras, nessa época haviam lingeries que disfarçavam a transparência dos vestidos, como um tipo de pantalona em tom nude que ia até o tornozelo e uma peça que evoluiria para se tornar o sutiã moderno, chamado "divórcio", que servia para separar os seios da mulher.

Os rufos voltaram à moda em tamanhos discretos; o xale era uma peça essencial no guarda roupas feminino. Saber usar um xale com graça era característica da mulher elegante. Como acessórios: luvas,sombrinhas, leques e retícula. Os sapatos eram sem salto ao estilo sapatilha ou bailarina.

Os cabelos eram presos, repartidos ao meio, com cachos. As mulheres casadas e mulheres elegantes deveriam sair às ruas usando bonnets (imagem acima, à direita) com abas largas nas laterais, cobrindo as orelhas. 


Na moda masculina, os franceses adotaram a moda inglesa como lei. A casimira – tecido preferido dos alfaiates ingleses, foi introduzida na França. A casimira é um tecido que pode ser bem esticado e bem moldado, ao contrário da seda francesa. Assim, a casimira e as roupas ajustadas ao corpo se tornam a essência da elegância e nascem os primeiros Dândis (mais detalhes sobre os dândis na próxima postagem), que surgiram ao mesmo tempo em Londres e Paris.  
O dandismo prega a simplicidade na roupa masculina, peças sem bordados, tecidos lisos, cores primárias, uma elegância refinada, sóbria. Era um repúdio à extravagância e ostentação da geração anterior.

George Bryan Brummel, foi o homem que definiu o estilo dandi. Ele se orgulhava de suas roupas não terem rugas e de suas calças se ajustarem à perna como se fosse sua própria pele.

Os trajes dandis eram muitas vezes, sendo as peças: casaca, colete, calções, casacos, um de cada cor. Os coletes eram curtos e de corte quadrado. Os botões ficavam abertos pra mostrar o babado da camisa. Durante o dia usavam-se calções justos por dentro das botas de montaria. À noite, meias de seda comscarpins. Também podiam usar calças largas que não mostravam o contorno das pernas.
O colarinho da camisa era virado pra cima, com as duas pontas projetadas sobre o rosto, firmadas por um lenço chamado de plastrom, que eram quadrados de gaze, musselina ou seda dobrados em forma de tira e enrolados em volta do pescoço. Essa tira, de tão dura, tornava quase impossível virar ou abaixar a cabeça, o que contribuía para a fama arrogante do dandi.

Os dandis usavam cartolas ou chapéu bicorne. Os cabelos eram curtos, ocasionalmente usavam costeletas ou bigodes. 

Iniciou-se o uso da bengala, o novo símbolo da elegância. Após 1819, as roupas dos dandis ficaram ainda mais extravagantes: as cartolas ficaram com a copa mais larga que a aba, as extremidades dos colarinhos chegavam quase até os olhos, as calças terminavam logo acima das botas, o plastrom ficou mais apertado e mais alto e a cintura passou a ser afinada com corsets. O corset masculino era chamado de "cinta" ou "vestes", já que a palavra "corset" soava muito feminina.


1811 – 1820: Regência ou Era Georgiana: Transição do Neoclássico 
para o Romântico

Em 1814, a moda francesa e a moda inglesa divergiam notavelmente. As francesas ainda usavam muito branco e a saia dos vestido ao invés de cair reta até o tornozelo, agora abria-se na barra.


Já as roupas inglesas, estavam começando a adquirir um ar romântico, com elementos elizabetanos que gradativamente viriam a se tornar a moda Romântica. As mangas passaram a ter um enchimento nos ombros revivendo a estética Tudor/Renascentista.

Dentre essas mudanças, houve a volta definitiva e gradativa dos corsets em formato “pontudo”, mesmo para as meninas. As saias adquiriram formato de cone, se tornaram mais pesadas e a tinha babados ou adornos perto da barra. Diversas anáguas voltaram a ser usados para sustentar o formato e volume das saias.
Chapéus e penteados tornam-se mais elaborados para equilibrar o alargamento saias. Sobretudos e capotes tornaram-se moda, muitas vezes contrastando com golas de pele ou de veludo.

Na moda masculina o estilo dandi se manteve e a silhueta masculina passa a se inspirar em heróis medievais, mantendo a cintura fina através de corsets, com os ombros largos e os quadris curvilíneos. Em 1820, o estilo gótico medieval estava firmemente instalado na moda e dá-se o fim da moda ao estilo Império.

Curiosidade:
Durante a primeira metade da época Vitoriana, havia uma visão negativa da moda Império (1795-1820). Muitas mulheres da Era Romântica e Vitoriana se sentiam desconfortáveis ao lembrar que suas mães e avós tinham usado este estilo de vestimenta que poderia ser considerado extremamente indecente de acordo com as normas morais da Rainha  Victoria.
A maioria das mulheres achava um difícil  simpatizar com as lutas de  heroínas da arte ou de literatura se estivessem usando essas roupas. Por isso  algumas pinturas das guerras napoleônicas e ilustrações de literatura foram  deliberadamente alteradas, as moças passaram a usar roupas equivalentes aos anos de 1840 ou eram anacronicamente transferidos para uma geração anterior (como para a estética Rococó, por exemplo).
Mais tarde, no fim período Vitoriano e  começo da Era Eduardiana o estilo Império passou a ser considerado uma relíquia de épocas passadas e já não era tão mal visto. A silhueta foi revivida no final dos anos 1960  e início de 1970 e atualmente é bem comum em vestidos de noivas "modernas", que não querem casar com um vestido tradicional com aparência Romântica.

O texto foi escrito pela autora do blog de acordo com pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar o texto na íntegra para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes. 
*Originalmente postado em meu outro blog, oModa de Subculturas.


essa curiosidade foi retirada so site - 
http://modahistorica.blogspot.com.br/2013/
05/o-seculo-xviii-e-xix-
diretorio-imperio.html?m=1
porém foram retiradas apenas as imagem 

um dia diferentemente criativo a todos 

Um comentário: